Comecei com a palavra
Insignificante
E me pus a cortar pedaços,
um a um,
desnudando signos,
casulos de mensagens.
Do primeiro corte, restou:
Significante
O que esta palavra diria a mim,
alma de muitos mistérios
de muitos silêncios
repleta de antigos baús?
Alma que resiste a perguntas-faróis,
espadas a decepar
pedaços-subterfúgios, disfarces.
Cai mais um que insistia em esconder:
Cante
É uma ordem? A que devo cantar?
No final saberia
No final do tempo das ilusões,
dos medos.
Quem dera agora!
Cuidado, não se apresse,
disse a mim mesma.
Mas, indômita, a espada desceu:
Ante
Cessaram-se perguntas.
Vislumbrei lá no fundo:
Ante a morte, nada há a temer.
Morgana Gazel
8 comentários:
Magnifico! Eloquente! Limpido!
Nada é insignificante
Tudo é significante
Na vida, cante!
Ai Morgana! Que poema lindo!
Bjusss
Gostei imenso Morgana Gazel, o difícil é escrever simples, privilegiar a ideia em vez da vaidade humana, manipular a palavra para "desenhar" a imagem sem a destruir.
Gosto imenso desse teu poema, Morgana! Tenho fascinação por metalinguagem e adorei essa depuração dos significados do signo "insignificante". No final, a morte - a Senhora do Mundo - encerrando tudo porque diante dela não há mais nada a fazer...
Gostei Morgana Gazel, muito tocante, escrito com "gana" por uma "áz" em desbravamento. Senti-me um talvez "ficante" extasiado.
Entao cante Morgana Gazel para nos deliciar, na mais pura poesia...
Olá, Morgana!
Parabéns pelo novo visual do seu cantinho virutal!
Será uma alegria se visitar o meu.
Grande abraço daqui da Holanda,
Saudações Literárias!
Josane Mary
http://josanemary.wordpress.com/
Nossa, adorei o poema, e "insignificante " é tanto! Nossa insegurança transformada em descobertas. Li seu recado às rebrinehas, e adorei comentar comigo "A quarta neta". E nos identificarmos como mulheres, e como avós. a neta caçula é a Amanda!!!!!!!!! Um foguete, Amandita, pois é madrilenha. O blog está lindo, parabéns! Bjs de blogueira amiga e fã.
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