11 de outubro de 2012

A Petrópolis que eu vi.


Dia 14/09, estava eu em Petrópolis participando do prêmio literário, promovido pela Literarte – Associação de Escritores e Artistas. No Palácio de Cristal, soaram cânticos de vozes afinadíssimas de um coral, em slides eram exibidas biografias no momento em que homenageados, como eu, recebiam troféus e um público seleto enchia o salão de alegria e aplausos.

No entanto o que me encantou não se restringiu a esta cerimônia que, por si só, poderia ser o tema deste escrito. Meu olhar também não se deteve somente na historicidade dos monumentos locais: o Museu Imperial; a Catedral São Pedro de Alcântara, que guarda o que restou de nosso imperador D. Pedro II e sua família; a Casa de Cláudio Souza, o patrono do Prêmio Literarte, e vários outros. Meu olhar foi atraído por pequenos detalhes que fazem de Petrópolis uma cidade modelo.

Ao subir a serra, parecia que estava sendo levada ao paraíso. Ridículo, não? Assim avaliei o que senti, pois viajara tantas vezes! Em duas dessas ocasiões, fui a Paris e visitei cidades do interior da França e Suíça, também já conhecia algumas regiões do meu país: a Chapada Diamantina, da qual Lençóis é o centro urbano de minha preferência; o nordeste, sul e centro-oeste do Brasil. Naquele dia, porém, enquanto o ônibus enfrentava as curvas, ora quase raspando paredões, ora descortinando despenhadeiros nebulosos, algo me tocou profundamente.

Fui recebida por amigos, um casal de escritores, Sol e Almir, que de imediato me levaram para conhecer o centro da cidade. A princípio não fiquei muito animada, minha atitude mudou logo que comecei a perceber os tais detalhes. Primeiro, o trânsito ordeiro, sem semáforos, o pedestre pisa na faixa, os carros param! Eu presenciara isto apenas na Suíça. Depois caminhei em ruas absolutamente limpas e não vi recipientes com lixo transbordando como ocorre em vários lugares. O povo em geral é circunspecto, porém solidário e, vale ressaltar, gentilíssimo ao ser abordado; diversas vezes pude observar estas qualidades. Outro aspecto digno de nota é a preservação das construções antigas, como a Casa dos Sete Erros, o Museu Imperial, os hotéis e muitas outras. Todas com excelente aspecto, como se tivessem sido recentemente pintadas, os jardins bem cuidados.

Além disso, soube que grande parte da população se dedica à cultura e arte, praticando-as ou apreciando-as. A despeito da temperatura que oscila de amena à baixa, em vez de ficarem em casa, assistindo à TV, as pessoas vão a eventos literários, musicais e a teatros. 


Morgana Gazel - autora de romances, poemas e contos.

3 comentários:

Miguel Martins De Menezes disse...

"....enquanto o ônibus enfrentava as curvas, ora quase raspando paredões, ora descortinando despenhadeiros nebulosos, algo me tocou profundamente. "
Morgana Gazel sabe "emparedar" uma mente com imagens, belo!

Berço do Mundo disse...

Existem momentos em que parece que os nossos olhos realmente se abrem e começamos a enxergar o mundo, como se fosse a primeira vez.
Aconteceu-me em várias ocasiões, e quase sempre em viagens. As viagens são a única coisa que compramos que realmente nos enriquece.

Obrigada por partilhar este momento
Abraço e um doce fim-de-semana
Ruthia d'O Berço do Mundo

Unknown disse...

OI, tudo bem Morgana. Que maravilha poder conhecer mais uma colega de profissão. Parabéns pelo seu livro e pelo seu blog. Não consegui segui-lo pois minha net está muito lenta e não abre a caixa de seguidores mas vou continuar tentando.
Sucesso pra ti querida! Beijos.