18 de novembro de 2011

Caro visitante


Quero compartilhar com você um fato curioso relacionado a meu primeiro romance, o Enseada do Segredo.

Numa ocasião, cheguei à conclusão de que escrever histórias inventadas é o que mais quero fazer no curto tempo que me resta de vida, na melhor das hipóteses, trinta anos, muito pouco para quem gostaria de viver por toda a eternidade. Fiquei então aguardando uma “inspiração divina”, pois jamais escrevera ficção, minha experiência era com textos acadêmicos. No entanto não tinha muita esperança em ser atendida porque minha relação com Deus sempre foi meio problemática; não o aceito como dizem que Ele é. Por isso recorri ao Deus que eu própria inventei, naturalmente à minha semelhança, em vez de recorrer Àquele inventado pelos pregadores religiosos, à semelhança deles. Santo Deus, o meu, já me afastei do que me incitou a escrever esta nota! Voltando ao que comecei a contar, enquanto esperava a dita inspiração, lia romances com olhos de aprendiz, comprei uma nova gramática, um livro sobre comunicação, novo dicionário, tomei um curso relâmpago de escrita literária, comecei a descrever ambientes e esbocei um conto.

Dois meses passaram e nada aconteceu até que, ao me dirigir a um restaurante, de lá iria para meu consultório, minha mente foi invadida por um pensamento que se repetia sem parar: “Volte para casa”. Claro que não voltei, isto é, não voltei de imediato, pois sou uma pessoa responsável! No restaurante, o pensamento insistiu tanto que resolvi barganhar: Tudo bem, eu volto se todos os clientes estiverem absolutamente tranquilos! Telefonei e, para minha surpresa, nenhum deles fazia questão de minha companhia naquela tarde. Voltei e, ao chegar a casa, senti um sono tão danado que me joguei na cama sem sequer trocar de roupa. Acordei, à noite, com o enredo de uma história, o perfil psicológico dos personagens principais, seus nomes e os títulos dos primeiros capítulos.

Assim nasceu o romance, Enseada do Segredo. Óbvio que tenho uma explicação psicológica para isso, mas prefiro pensar que fui agraciada pelo Deus que inventei. O que você pensaria?

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