Dia 14/09, estava eu em
Petrópolis participando do prêmio literário, promovido pela Literarte –
Associação de Escritores e Artistas. No Palácio de Cristal, soaram cânticos de vozes
afinadíssimas de um coral, em slides eram exibidas biografias no momento em que
homenageados, como eu, recebiam troféus e um público seleto enchia o salão de
alegria e aplausos.
No entanto o que me
encantou não se restringiu a esta cerimônia que, por si só, poderia ser o tema
deste escrito. Meu olhar também não se deteve somente na historicidade dos
monumentos locais: o Museu Imperial; a Catedral São Pedro de Alcântara, que
guarda o que restou de nosso imperador D. Pedro II e sua família; a Casa de
Cláudio Souza, o patrono do Prêmio Literarte, e vários outros. Meu olhar foi
atraído por pequenos detalhes que fazem de Petrópolis uma cidade modelo.
Ao subir a serra,
parecia que estava sendo levada ao paraíso. Ridículo, não? Assim avaliei o que senti,
pois viajara tantas vezes! Em duas dessas ocasiões, fui a Paris e visitei cidades
do interior da França e Suíça, também já conhecia algumas regiões do meu país: a
Chapada Diamantina, da qual Lençóis é o centro urbano de minha preferência; o
nordeste, sul e centro-oeste do Brasil. Naquele dia, porém, enquanto o ônibus enfrentava
as curvas, ora quase raspando paredões, ora descortinando despenhadeiros
nebulosos, algo me tocou profundamente.
Fui recebida por
amigos, um casal de escritores, Sol e Almir, que de imediato me levaram para
conhecer o centro da cidade. A princípio não fiquei muito animada, minha
atitude mudou logo que comecei a perceber os tais detalhes. Primeiro, o
trânsito ordeiro, sem semáforos, o pedestre pisa na faixa, os carros param! Eu
presenciara isto apenas na Suíça. Depois caminhei em ruas absolutamente limpas
e não vi recipientes com lixo transbordando como ocorre em vários lugares. O
povo em geral é circunspecto, porém solidário e, vale ressaltar, gentilíssimo
ao ser abordado; diversas vezes pude observar estas qualidades. Outro aspecto
digno de nota é a preservação das construções antigas, como a Casa dos Sete
Erros, o Museu Imperial, os hotéis e muitas outras. Todas com excelente aspecto,
como se tivessem sido recentemente pintadas, os jardins bem cuidados.
Morgana
Gazel - autora de romances, poemas e contos.
3 comentários:
"....enquanto o ônibus enfrentava as curvas, ora quase raspando paredões, ora descortinando despenhadeiros nebulosos, algo me tocou profundamente. "
Morgana Gazel sabe "emparedar" uma mente com imagens, belo!
Existem momentos em que parece que os nossos olhos realmente se abrem e começamos a enxergar o mundo, como se fosse a primeira vez.
Aconteceu-me em várias ocasiões, e quase sempre em viagens. As viagens são a única coisa que compramos que realmente nos enriquece.
Obrigada por partilhar este momento
Abraço e um doce fim-de-semana
Ruthia d'O Berço do Mundo
OI, tudo bem Morgana. Que maravilha poder conhecer mais uma colega de profissão. Parabéns pelo seu livro e pelo seu blog. Não consegui segui-lo pois minha net está muito lenta e não abre a caixa de seguidores mas vou continuar tentando.
Sucesso pra ti querida! Beijos.
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